Entre janeiro e setembro deste ano, os Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) mobilizaram mais de seis mil pessoas em 195 reuniões realizadas em todas as regiões administrativas do Distrito Federal. O levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) mostra que esses encontros resultaram em cerca de 2,4 mil demandas encaminhadas aos órgãos competentes, consolidando os conselhos como importantes instrumentos de diálogo e participação cidadã na construção de soluções para os desafios da segurança pública.
Para a vice-governadora Celina Leão, os Consegs representam “a expressão da democracia participativa na segurança pública”. Segundo ela, é nesse espaço que o cidadão se torna protagonista das transformações em sua comunidade. “É onde a voz do cidadão encontra o poder público, transformando a escuta ativa em soluções concretas. A comunidade, lado a lado com as forças de segurança, é quem nos guia na prevenção criminal e na construção de um futuro mais seguro e com melhor qualidade de vida para todos”, afirmou.
Coordenados pela Subsecretaria dos Conselhos Comunitários de Segurança — criada neste ano —, os encontros mensais têm sido fundamentais para aproximar governo e sociedade, promovendo uma escuta ativa das realidades locais. “É nesse espaço que recebemos sugestões e buscamos soluções conjuntas para tornar a segurança mais próxima e resolutiva. A participação de mais de seis mil pessoas demonstra o engajamento crescente da população nesse processo”, destacou o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar.
Avelar lembrou ainda que, em 2024, os Consegs realizaram 232 reuniões e encaminharam mais de 2,8 mil demandas. O resultado evidenciou a importância de estruturar uma subsecretaria exclusiva para fortalecer o trabalho dos conselhos. “Essa medida representa um avanço significativo na consolidação de uma cultura de participação, em que a comunidade atua de forma ativa na prevenção criminal e na melhoria da qualidade de vida”, completou.
Atualmente, o Distrito Federal conta com 46 conselhos ativos — sendo 36 em áreas urbanas e dez em zonas rurais — e outros dois em processo de criação, nas regiões de Arapoanga e Samambaia. As pautas debatidas vão desde perturbação do sossego, iluminação pública e segurança escolar até trânsito, ocupações irregulares e proteção de grupos vulneráveis. A Polícia Militar do DF obteve o maior índice de resolutividade até setembro, atendendo 74,5% das 322 solicitações recebidas.
De acordo com o secretário-executivo Institucional de Políticas de Segurança Pública, Paulo André Vieira, o compromisso com o retorno às demandas tem fortalecido a credibilidade dos conselhos. “Os Consegs vêm se consolidando junto à comunidade, aos órgãos públicos e às lideranças locais. A devolutiva constante reforça a confiança e amplia a participação social”, observou.
Expansão no meio rural
A atuação dos Consegs também se fortaleceu no campo, impulsionada pelo programa Segurança Integral e pelo eixo Campo Mais Seguro. Atualmente, o DF possui dez conselhos rurais: Arie JK, Estrutural, Gama, Brazlândia, Ceilândia, Paranoá, Planaltina Rural, PAD-DF, Lago Oeste e São Sebastião — sendo os quatro últimos criados em 2025, em resposta às demandas das comunidades agrícolas e das áreas de divisa.
Neste ano, 41 reuniões foram realizadas em regiões rurais, reunindo cerca de 1,2 mil participantes e gerando 584 demandas, voltadas principalmente à presença policial, patrulhamento rural, videomonitoramento e proteção da mulher.
“O campo tem suas particularidades e exige atenção diferenciada. Os Consegs rurais têm papel estratégico para compreender as dinâmicas das comunidades agrícolas, das rotas de escoamento e das áreas de fronteira com outros estados. É por meio desse diálogo que planejamos ações mais eficientes e sustentáveis para o meio rural”, explicou o subsecretário dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública, Gustavo Danzmann.


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